Alpedrinha é uma freguesia portuguesa do concelho do Fundão, com 16,19 km² de área e 1 020 habitantes. A sua densidade populacional é de 63 hab/km². É constituída por uma vila, a sul da Serra da Gardunha. Está situada a 556 metros de altitude. Wikipédia
Concelho: Fundão
Orago: São Martinho
País: Portugal
Uma calçada romana sobe a Gardunha, orienta-nos pelo interior labiríntico
da aldeia e transporta-nos por uma história de séculos que nos vai levar ao céu
no Palácio do Picadeiro. Sim, ao céu.
O telhado do
Palácio é em vidro e o azul do céu brilha mais do que o granito das paredes.
No terraço a
vista percorre o vale e alcança Monsanto. As torres das igrejas e o casario a
descer a encosta acrescentam cores fortes no horizonte que o torna ameno e
fresco no Verão.
Vista do
terraço do Palácio créditos: Who Trips
Não é assim
de estranhar que Alpedrinha tivesse sido eleita pela nobreza e seja vizinha de
Vale de Prazeres.
A vila está
na encosta da Gardunha créditos: Who Trips
A serra
protege a vila dos ventos do Norte, a água corre pelas encostas e o terreno é
fértil. Um ambiente convidativo para famílias com poder económico construírem
aqui solares, casas apalaçadas, como é o caso mais emblemático do Palácio do Picadeiro.
Foi
construído no séc. XVIII por um magistrado mas a obra ficou por terminar porque
se foi esgotando o dinheiro. O edifício teve vários donos e desempenhou várias
funções. Foi sede de um tribunal, hospital e até tipografia do jornal Estrela
da Beira, em meados do séc. XIX.
Fachada e
interior com luz créditos: Who Trips
Durante
muitos anos esteve ao abandono e há menos de uma década foi recuperado e
transformado num espaço de divulgação cultural.
Tem uma sala dedicada a trabalhos de marcenaria, com a técnica de embutidos de madeira para efeitos decorativos.
Tem uma sala dedicada a trabalhos de marcenaria, com a técnica de embutidos de madeira para efeitos decorativos.
Figura de S.
Jorge na entrada do Palácio créditos: Who Trips
Uma das
apostas é um espaço sensorial. Com a sincronização de luz e som que nos faz
sentir a vivência das quatro estações num ambiente serrano. Esta aposta está
agora a ser ampliada a outros espaços e outros sons.
A entrada é por uma porta lateral em frente de um pátio grande. É aqui que reside o nome do Palácio. Era neste pátio que eram domados os cavalos, que funcionava como um picadeiro e o nome ficou.
A entrada é por uma porta lateral em frente de um pátio grande. É aqui que reside o nome do Palácio. Era neste pátio que eram domados os cavalos, que funcionava como um picadeiro e o nome ficou.
Palácio e
chafariz D. João V ©Patrícia Tavares
O pátio é
vizinho de outro ícone da vila e é também um belo exemplo de cantaria: o
chafariz D. João V.
Chafariz D.
João V créditos: Who Trips
É enorme, de
granito e com trabalho pormenorizado em cada face onde estão as três bicas. O
chafariz, segundo a referência registada no site do IPPAR foi mandado
edificar por D. João V em 1714, este chafariz barroco, designado como um dos
maiores do país, foi traçado sobre a calçada romana, segundo um projecto da
autoria de Valentim da Costa Castelo Branco, um engenheiro do Exército
natural de Alpedrinha.
Ainda segundo a mesma referência, a calçada romana serviu de base ao traçado urbano medieval e não sofreu grandes alterações até aos dias de hoje.
Ainda segundo a mesma referência, a calçada romana serviu de base ao traçado urbano medieval e não sofreu grandes alterações até aos dias de hoje.
Calçada
romana créditos: Who Trips
Por esta
calçada romana passaram pastores do Norte do Tejo que faziam todos os anos
a transumância até à
Serra da Estrela, por Alpedrinha passavam os almocreves e também por aqui
passaram, várias vezes, os militares das Invasões Francesas que fustigaram as
pessoas destes povoados. Mataram, saquearam e destruíram. O memorial, com os
nomes de cada uma das vítimas, regista estes dias de violência em 1808.
Igreja da
Misericórdia créditos: Who Trips
A religião
cristã tem também uma forte presença na vila.
Há várias igrejas e capelas. Uma delas, a Capela de S. Sebastião fica próxima do Palácio do Picadeiro. A Igreja Matriz tem sete altares e um órgão de tubos do séc. XVIII. Em Alpedrinha há também um museu de arte sacra.
Há várias igrejas e capelas. Uma delas, a Capela de S. Sebastião fica próxima do Palácio do Picadeiro. A Igreja Matriz tem sete altares e um órgão de tubos do séc. XVIII. Em Alpedrinha há também um museu de arte sacra.
Cardeal de
Apedrinha créditos: Who Trips
Foi também
aqui que nasceu o famoso Cardeal de Apedrinha que alcançou imenso
poder na Igreja e criou a Santa casa da Misericórdia de Lisboa.
Companhia
Teatro Clube de Alpedrinha créditos: Who Trips
O teatro em
Alpedrinha é outro registo que não pode passar despercebido, mais ainda porque
foi o primeiro em todo o distrito de Castelo Branco. Foi fundado em 1839.
Passou por vários locais e conseguiu sobreviver até aos dias de hoje com
a Companhia Teatro Clube de Alpedrinha. No Aqui Há Beira encontra informação sobre a
programação do Teatro e de outras organizações no concelho do Fundão.
Pelourinho créditos:
Who Trips
Uma outra
atividade cultural tradicional em Alpedrinha foi as escolas de música e bandas
filarmónicas. Ganharam imenso prestígio que em toda a Raia uma romaria para
afirmar a sua pujança tinha de ter a banda filarmónica de Alpedrinha. A
tradição musical ganhou tal força que fazia sentido o dito popular: em
Alpedrinha até os gatos sabiam música. As filarmónicas hoje já não existem.
Alguns instrumentos estão no Museu da Música, a casa
da Família Osório onde se estão também em exposição partituras de compositores
de Alpedrinha.
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