domingo, 29 de outubro de 2017

As ruínas de Marawi, nas Filipinas, contam a história da passagem do ISIS

A objetiva da Reuters conta-nos uma história de violência e devastação.

Em maio deste ano, no espaço de horas, Marawi, nas Filipinas, caiu nas garras do  extremismo islâmico.

O Abu Sayyaf e o Maute, dois grupos jihadistas fiéis ao Estado Islâmico, também conhecido como ISIS, conquistaram edifícios públicos, assumiram o controlo de acessos à cidade, incendiaram uma universidade e várias habitações, abriram as portas de uma prisão, mataram pessoas e fizeram reféns.
De então para cá, o exército das Filipinas montou uma operação que permitiu, ainda em maio, a reconquista de boa parte da cidade.
Porém, parte de Marawi continuou sob jugo dos jihadistas. E os combates só tiveram um fim, na semana passada, com o anúncio do fim dos combates.
As imagens que aqui partilho são o rasto de destruição que ficou destes meses de combates e violência.




















Vírus do Papiloma Humano



'Cancros que podem ser prevenidos'
A Liga Portuguesa Contra o Cancro acaba de lançar uma nova campanha digital, subordinada ao tema ‘Cancros que podem ser prevenidos’ e esta tem como objetivo “educar e sensibilizar a população para as doenças associadas à infeção pelo HPV e para a prevenção”. Através do website www.hpv.pt, jovens e adultos poderão aceder a informação completa e detalhada sobre o que é o HPV, os tipos de cancro e doenças provocadas pelo vírus, sintomas, grupos de risco e formas de prevenção.
A decisão do Ministério da Saúde de incluir a vacina contra a infeção por HPV no Plano Nacional de Vacinação foi muito bem tomada porque se trata de um problema de saúde pública. E, graças a esta intervenção, Portugal é dos países do mundo com maior cobertura pela vacina contra a infeção por HPV”.

Pobre vítima...


Ena! Tantos defensores do Estado que estavam escondidos!


(Nicolau Santos, In Expresso Diário, 07/07/2017)
nicolau
De repente instalou-se a preocupação em muitíssimas almas, que antes se encarniçavam diariamente contra o Estado: não se pode cortar na despesa pública, sobretudo nas verbas para as forças militares e para a segurança em geral! A culpa é do Governo que preferiu aumentar salários e pensões. Se mantivesse a rapaziada a pão e laranja, tudo correria sobre esferas e não teria acontecido nem a tragédia de Pedrógão Grande nem o roubo de material bélico de Tancos, tal a verba que estaria disponível para bombeiros e militares!
Digamos que é preciso ter topete, falta de vergonha, descaramento. Depois de cinco anos (2011-15) em que o investimento público foi reduzido em 40%, em que houve cortes salariais nos funcionários públicos e nos pensionistas, em que foram fechados inúmeros serviços do Estado por todo o país (tribunais, lojas do cidadão, centros de saúde, etc, etc), em que se procedeu à diminuição brutal dos apoios públicos às famílias, em que houve uma ofensiva sem precedentes contra o Estado social, em que existiu sistematicamente um discurso culpabilizador de tudo o que fosse público como razão última para a crise, eis que todos os áugures ou arúspices, pitonisas e cassandras do país, que defenderam, apoiaram, estimularam, aplaudiram e acicataram estas opções e este discurso, dão uma volta de 180 graus e surgem a defender valentemente o Estado e as funções que desempenha, sobretudo de soberania e defesa.
Insisto: é preciso topete, falta de vergonha, descaramento. Se há coisa em que existe um alargado consenso político no país é sobre a redução do peso das Forças Armadas nos orçamentos do Estado, por estarmos em tempos de paz e por parte das nossas missões de soberania e defesa estarem agora delegadas em organismos supranacionais. A redução de verbas para as Forças Armadas não é de hoje nem de ontem: é de pelo menos o início deste século e atravessa vários Governos, tirando alguns epifenómenos como a compra de dois submarinos (que nos deram muito jeito…), alguns F-16 (que também foram um sucesso…) e mais uns Pandur (que correu igualmente muito bem…). Ah, pelo meio houve o fim do Serviço Militar Obrigatório em 2004, decretado pelo então ministro da Defesa, Paulo Portas, por imposição da Juventude Social-Democrata… queixando-se hoje os militares que estão com 30% de efeitvos abaixo do seu plano estratégico porque não há voluntários.
Ora perante tudo isto, utilizar as cativações como arma de arremesso político só pode ser feito por quem pensa que sofremos todos de amnésia compulsiva e generalizada.
A direita, melhor, esta direita encabeçada pela actual direcção do PSD, utilizou o Estado como saco de boxe durante cinco anos. Que agora venha clamar contra o enfraquecimento do Estado para atender a todas as suas responsabilidades só não mata de vergonha porque ninguém morre de vergonha.
Na verdade, o que a direita está a fazer é agarrar-se desesperadamente aos casos de Pedrógão Grande e de Tancos, porque estava sem discurso face aos resultados económicos que o país vem apresentando. E se no final do ano houver uma melhoria do rating, isso será um punhal cravado no coração dos que sempre acusaram os socialistas de despesistas, incapazes de qualquer rigor orçamental. Por isso, a direita invoca Pedrógão Grande e Tancos como quem chama por Santa Bárbara quando troveja. O problema é quando a trovoada passar

TUDO EM FAMÍLIA


Paulo_MoraisPaulo Morais
O novo secretário de Estado António Mendonça Mendes é irmão da deputada e dirigente máxima socialista Ana Catarina Mendes. Esta, por sua vez, é casada com o antigo ministro Paulo Pedroso.

Uma ligação excecional na política portuguesa? Infelizmente, não. Este absurdo é o corolário lógico dum sistema político dominado por laços familiares.

No Governo, Parlamento e na alta administração pública, estamos cheios de casados, primos e cunhados. O ministro Eduardo Cabrita é casado com Ana Paula Vitorino, que também integra o Governo.

Já a secretária de Estado adjunta de António Costa, Mariana Vieira da Silva, é filha de outro Vieira da Silva, o ministro da Segurança Social.

A titular da Justiça, Van Dunem, é casada com o ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, Eduardo Paz Ferreira.

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, é filha de Alfredo José de Sousa, ex-provedor de Justiça. 

Ainda no atual Executivo, temos o secretário de Estado Waldemar de Oliveira Martins que é filho de Guilherme Oliveira Martins, ex-presidente do Tribunal de Contas e atual presidente do Conselho Fiscal da Caixa; este, por sua vez, é cunhado de Margarida Salema, que preside à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos; esta é irmã da deputada Helena Roseta, casada com o ex-ministro Pedro Roseta, que é cunhado do também ex-ministro António Capucho.

Elisa Ferreira, administradora do Banco de Portugal, é casada com Freire de Sousa que preside à Comissão de Coordenação do Norte.

No Parlamento, também os cargos políticos se congeminam no lar. O exemplo familiar mais exótico nos dias de hoje é constituído pelas gémeas Mariana e Joana Mortágua; o mais romântico será constituído pelo casal de deputados Teresa Anjinho e Ricardo Leite.

Na Assembleia da República, cruzaram-se, ao longo dos últimos anos, mais familiares do que numa ceia de Natal: Luís Menezes, filho de Luís Filipe Menezes, Nuno Encarnação, filho do ex-ministro Carlos Encarnação, todos do PSD; e os deputados Candal, pai Carlos e filho Afonso, ambos do PS; a que se juntam Paulo Mota Pinto, filho do anterior primeiro-ministro Mota Pinto e da ex-provedora da Santa Casa da Misericórdia, Fernanda Mota Pinto; Clara Marques Mendes, deputada, é filha e irmã de dois outros Marques Mendes, António e Luís. António foi eurodeputado, Luís ministro e líder parlamentar; Teresa Alegre Portugal era deputada na mesma bancada do seu irmão, o histórico dirigente socialista Manuel Alegre.

A consanguinidade reina no... reino político. Paulo Portas, ex-ministro e líder do CDS, é primo do todo-poderoso socialista Jorge Coelho.

O ex-secretário de Estado de Passos Coelho, João Taborda da Gama, é filho do socialista Jaime Gama, antigo presidente do Parlamento. 

António Campos, ex-ministro, é pai de Paulo Campos, deputado.

O ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar é primo do Conselheiro de Estado Francisco Louçã. E este é cunhado de Correia de Campos, presidente do Conselho Económico e Social e ex-ministro da Saúde.

A histórica presidente do Partido Socialista e ex-ministra dos governos de Guterres, Maria de Belém Roseira, é tia de Luísa Roseira, membro da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

Esta é uma lista interminável que se inscreve numa tradição que transitou do antigo regime.

E que se manteve, transpondo - e suplantando até - a Revolução de Abril. O ex-ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho é filho de um governador civil de Viseu, nomeado pelo Governo de Salazar.

O presidente de Assembleia Constituinte da jovem democracia de Abril, Henrique de Barros, era cunhado do último chefe do Governo do velho fascismo, Marcelo Caetano. Em sua homenagem, o atual presidente da República herdou-lhe o nome. Marcelo Rebelo de Sousa é, ele próprio, filho de um ministro do Ultramar de Caetano.

E é neste quadro de sucessão dinástica que Portugal, uma arruinada República, mantém uma Corte decrépita, dominada por umas poucas dezenas de famílias que estão agarradas ao poder público e às benesses que este proporciona.

Para aceder ao poder, não será necessário grande consistência política ou ideológica ou sequer sentido de interesse público. Em primeiro lugar, o que prevalece, são os laços de sangue.

NOTA: Caro Dr.:
Esqueceu-se da família de Mário Soares? Afinal que falta para Portugal se transformar em Monarquia? Interessante que em Moçambique e Angola se passa o mesmo. Com quem terão aprendido?
E ainda querem o voto?

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Governo foi pressionado a tirar Força Aérea do combate aos incêndios por empresários privados de helicópteros!

Governo foi pressionado a tirar Força Aérea do combate aos incêndios por empresários privados de helicópteros!

Aos poucos vão-se descobrindo mais pormenores sobre aquilo que se passa por detrás do combate aos incêndios e do negócio que isso se torna!
Muitos dos pilotos dos helicópteros de combate a incêndios, assim como os mecânicos, são oficiais e sargentos da Força Aérea Portuguesa que tiram férias afim de prestarem serviços extra a empresas privadas no combate aéreo a incêndios florestais no período BRAVO. Homens e mulheres preparados para situações emergentes e urgentes em qualquer situação de risco para as populações.
Mas, em 2016, o Ministério da Administração Interna chumbou a concentração na Força Aérea de meios aéreos do Estado para o combate aos fogos e emergência médica, uma medida que tinha sido preparada pelo anterior Executivo (PSD), com o intuito de poupar milhões de euros em apenas três meses – Julho a Setembro.


Segundo fonte da Força Aérea (FAP) estavam disponível para receber os meios, “mas com reforço dos recursos humanos e materiais, uma vez que as despesas iriam aumentar”. A titular do Ministério, Constança Cunha de Sousa, recusou, não obstante a transferência representar uma redução de custos para o ministério e continuar sem se saber quando estará a frota de Kamov toda pronta para operar. Dos cinco hélis pesados apenas voam três, o que já obrigou o MAI, em 2015, a recorrer ao aluguer de aeronaves a privados para suprir a lacuna. Um negócio feito pelos governos a empresas administradas por ex-deputados pagas pelo contribuinte.
Verbas não chegam aos bombeiros.
Todos os anos as associações de bombeiros recebem cerca de €50 por cada elemento que presta serviço de 24 horas nos bombeiros, no período Alfa e Bravo. Mas, os comandos e direcções nem sempre entregam esses honorários aos elementos activos, alegando que parte da verba fica retida para melhoramentos nos quartéis de bombeiros ou aquisição de material. Embora se saiba que tais aquisições são pagas pelas autarquias e beneméritos. O rasto do dinheiro é perdido. O Ministério da Administração Interna, Ministério Publico e Protecção Civil são conhecedores deste ilícito, mas nenhum, até hoje, teve vontade de repor a legalidade. Os homens e mulheres (verdadeiros bombeiros) sofrem em prol do protagonismo e pragmatismo daqueles que não olham a meios para atingir os seus fins.

sábado, 21 de outubro de 2017

Conselho de Ministros 21 de Outubro de 2017

Conselho de Ministros 21 de Outubro de 2017

Um mecanismo extrajudicial para, de forma célere e simples, atribuir indemnizações aos familiares e herdeiros das vítimas dos incêndios de junho e de outubro.

Comissão criada tem 30 dias para definir critérios para indemnizações que serão atribuídas pela Provedoria da Justiça.“Foi aprovada hoje [sábado], e a partir desta altura serão nomeados os membros da comissão para fazer a definição dos critérios no prazo de um mês. Os interessados vão fazer um pedido ao Provedor de Justiça que atribuirá as indemnizações”, disse a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem

400 Milhões de euros

Ø Governo aloca 30 milhões de euros para ajudar à reconstrução destas casas e 100 milhões para as empresas. Mais de 300 empresas afectadas.
Ø Governo Indemniza Famílias.
Ø Subvenção a fundo perdido de 100 milhões de euros.
Ø Uma linha de crédito até 100 milhões de euros para apoiar a tesouraria das empresas, “para a gestão das empresas"    Apoios à Segurança Social. Vieira da Silva
Ø O   Governo vai colocar 30 milhões de euros para reconstrução de casas de 1ª habitação depois de accionados os seguros.
Ø 13 Milhões de euros para apoio manutenção e criação dos postos de trabalho.
Ø Como outra medida para o investimento nestas zonas, foi criado um sistema de apoio para o investimento de 50 milhões de euros de fundos comunitários que poderá apoiar até 100 milhões de euros em novos investimentos nas áreas.
Ø Agricultura.
Ø 5 Plataformas lógicas para apoio alimentação animal.
Ø 5 Mil euros a pequenos agricultores e 50% acima de 5000 euros
Ø Linhas de crédito num total de 35 milhões de euros.
Ø Estado suporta prejuízos na agricultura até 5 mil euros a fundo perdido e 50% acima deste valor.
Ø Apoio de Saúde e psicológico.
Ø O Governo apoia infra-estruturas municipais.
Ø SIRESP - Estado vai entrar na empresa que gere o SIRESP, mas mantém rede de emergência.
Ø Governo vai comprar quatro antenas móveis e contratar uma rede de redundância por satélite, mas mantém a rede de emergência nacional. 
Ø Anunciadas 500 novos sapadores florestais.
Ø O ministro do Planeamento não revelou com que percentagem ficará o Estado, mas admite que pode chegar “a uma tomada de controlo”. Ou seja, não torna a empresa pública, mas maioritariamente pública. Actualmente, as duas empresas têm um total de 42,55% (33% a Galilei e 9,55% a Datacomp).

Ø Governo ordena limpezas de todas as estradas e ferrovias

Ø Está na lei, mas não tem sido cumprido. Uma das decisões do Conselho de Ministros é ordenar a limpeza de todas as estradas e ferrovias. Assim, serão criadas faixas de protecção de 10 metros nos 2.500 km de ferrovia e 16 mil de vias rodoviárias. “Será feita uma limpeza integral até aos 10 metros nos termos da lei”, disse Padro Marques. 
Papel reforçado das Forças Armadas

As Forças Armadas vão passar a ter um papel reforçado no apoio de emergência, ao nível do patrulhamento, tanto na prevenção como no combate aos incêndios, ficando a gestão e a operação dos meios sob alçada da Força Aérea.

O primeiro-ministro disse que "um papel alargado" das Forças Armadas relativamente "ao apoio militar de emergência ao nível do patrulhamento, nas ações de rescaldo, na parte logística, no auxílio junto das populações e, ainda, no que respeita às capacidades no apoio ao processo de decisão".

António Costa frisou depois que a Força Aérea "ficará com a gestão e operação dos meios aéreos de combate aos incêndios florestais", sendo que esta gestão e operação, por parte da Força Aérea, abrangerão os meios próprios que este ramo das Forças Armadas venha a dispor, mas, igualmente, "a gestão dos meios próprios do Estado e a gestão dos contratos de meios aéreos de combate aos incêndios".

Profissionalização do modelo de combate aos fogos

O Governo pretende retomar a expansão das companhias dos GIPS (Grupo de Intervenção Proteção e Socorro) da GNR, segundo o primeiro-ministro, que considerou que, "ao longo de dez anos", estas companhias GIPS "demonstraram ser uma unidade altamente profissionalizada e capacitada, cujo desenvolvimento contribuirá certamente para o reforço da segurança coletiva".

Além disso, foi também decidido que a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) vai ser "definitivamente institucionalizada, com um quadro de profissionais próprios, com carreira própria, com dirigentes designados por concurso".

A ANPC, tutelada pelo Ministério da Administração Interna, e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), estrutura do Ministério da Agricultura, vão ter um reforço de meios: foi aprovada a criação de uma linha de apoio à investigação na Faculdade de Ciências e Tecnologia; o reforço da componente da formação nos Institutos Politécnicos e a incorporação, em toda a cadeia de decisão, de novos saberes em matérias de gestão de fogos, previsão meteorológica e conhecimento científico aplicado.

Em relação aos bombeiros voluntários, o Governo quer criar em cada associação humanitária de bombeiros voluntários das zonas de maior risco de incêndio, equipas profissionais que sejam com bombeiros formados na escola de bombeiros, que será integrada no sistema formal de ensino, enquanto escola profissional".

Criação de unidade de missão

O Governo pretende criar uma unidade de missão, que ficará sob dependência do primeiro-ministro, para concretizar a reforma dos sistemas de prevenção e combate a incêndios, designadamente reforçando a capacidade da ANPC.

O objetivo desta unidade é "conduzir o processo de transformação do atual modelo de prevenção e combate, após os incêndios deste verão, para o modelo futuro" e o seu mandato inicia-se já na segunda-feira e termina em dezembro do próximo ano.

"Ao longo deste ano serão feitos os trabalhos que irão permitir criar condições para que a ANPC tenha a capacidade suficiente, mas também começar com o programa de reforço do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)", acrescentou António Costa.

Indemnizações a familiares das vítimas

A comissão para pagamento de indemnizações aos familiares das vítimas dos incêndios terá 30 dias para fixar os critérios, cabendo depois à Provedoria de Justiça estabelecer o valor das compensações.

Esta resolução foi anunciada pela ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, que acrescentou que o mecanismo extrajudicial de compensação relativo às vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande (junho) e do passado domingo e segunda-feira terá uma adesão voluntária por parte dos familiares e herdeiros das vítimas.

Reconstrução de casas e empresas

O Governo vai, em parceira com as autarquias atingidas pelos incêndios, disponibilizar 30 milhões de euros para a reconstrução de primeiras habitações destruídas e mais 100 milhões de euros para a reparação de empresas.

O anúncio coube também ao ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, salvaguardando, no entanto, que em ambos os casos, em primeira instância serão acionados os seguros, entrando o Estado sempre que este mecanismo não seja possível.

O governante avançou uma estimativa provisória, calculando que possam estar em causa 500 casas de primeira habitação destruídas total ou parcialmente e cerca de 300 empresas.

Pagamento de salários e apoio ao emprego

O Governo pretende apoiar temporariamente, num mínimo de três meses, o pagamento de salários de trabalhadores com emprego em risco em consequência dos incêndios de junho em Pedrógão Grande e de meados de outubro em vários pontos do país, uma medida que o ministro do Trabalho e da Segurança Social disse que poderá custar 13 milhões de euros.

Além disso, ficou prometidos que serão reforçados os apoios sociais às pessoas e às instituições das áreas atingidas pelos incêndios.

Sublinhando que podem estar em risco cinco mil postos de trabalho devido à destruição provocada pelos incêndios, Vieira da Silva disse que serão tomadas "medidas para a redução ou até mesmo para isenção das contribuições à Segurança Social e para abrir a possibilidade de as empresas poderem diferir o pagamento das suas contribuições à Segurança Social".

Apoios ao setor agrícola e florestal

O setor agrícola e florestal contará com uma verba de até 35 milhões de euros para apoiar a alimentação dos animais e o depósito e a comercialização da madeira ardida.

De acordo com o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, vão ser alocados 15 milhões de euros para "acudir aos problemas mais graves" de erosão dos solos e contaminação das águas.

Na área florestal vão ser criadas duas linhas de crédito, uma de cinco milhões de euros para a instalação de parques para depósito da madeira ardida, e outra de três milhões de euros para a comercialização da madeira ardida a preços considerados razoáveis.

Posição acionista do Estado no SIRESP

O Governo quer que o Estado tome uma posição acionista no SIRESP (Rede de Emergência e Segurança), podendo chegar ao seu controlo, e pretende acionar programas para enterramento de cabos aéreos e limpeza de vias.

O ministro do Planeamento e das Infra-estruturas afirmou que para já, o Estado converterá em ações créditos da Datacomp e da Galilei, e admitiu que a prazo o Estado poderá ter mesmo uma posição de controlo acionista do SIRESP.

Novos investimentos no SIRESP

O Governo anunciou que, com o papel acrescido ao nível da gestão desta rede de comunicações de emergência SIRESP, promoverá um conjunto de novos investimentos na ordem dos oito milhões de euros.

O anúncio coube a Pedro Marques, que disse que o executivo pretende "adquirir mais quatro estações móveis com ligação satélite para reforçar as comunicações de emergência quando há incêndios, ou quando se verificam interrupções de rede", bem como contratar "um sistema adicional de redundância com ligação à rede de satélite".

Outra medida ao nível das comunicações passará por favorecer o enterramento dos cabos aéreos, de telecomunicações e energia, que ardem facilmente nos incêndios.

Em causa está a isenção, por três anos, do pagamento da taxa de utilização de condutas para as empresas que procederam ao enterramento dos cabos, e nos cinco anos seguintes, uma redução de 30% no valor que pagam para a manutenção das condutas de cabos por fibra ótica.

As empresas que ainda não tenham rede em territórios do interior e que reforcem as ligações por cabo de fibra ótica, "poderão beneficiar ao longo de oito anos de uma redução de 30% no custo em relação à oferta de referência" praticada pelas Infra-estruturas de Portugal.

Pedro Marques disse também que a Infra-estruturas de Portugal já chegou a acordo com a Altice para o enterramento em 2018 e 2019 dos primeiros 1000 quilómetros em condutas da rede rodoviária.

Relativamente ao programa de limpeza de áreas nas faixas das rodovias (cerca de 16 mil quilómetros) e das ferrovias, será feita "uma limpeza integral até aos dez metros, reforçando-se assim a segurança no contexto dos territórios com maior risco de incêndio".

O governante estimou que este programa de limpeza terá no orçamento das Infra-estruturas de Portugal uma estimativa de 28 milhões de euros no próximo ano.

Reforço da resiliência do território

O ministro do Ambiente anunciou um investimento de cerca de 20 milhões de euros no domínio da resiliência do território, nomeadamente a contratação de 100 equipas de sapadores, 50 vigilantes da natureza e um projeto de voluntariado jovem.

João Matos Fernandes disse o executivo vai replicar o projeto-piloto da Peneda-Gerês (cuja área ardida foi 60% inferior ao ano passado) a outros parques florestais nacionais, comprar de equipamentos e contratar 100 equipas de sapadores nos próximos dois anos, o que corresponde a 500 pessoas (atualmente existem 292 equipas de sapadores).

Também a prevenção e o combate aos incêndios florestais vão ser reforçados com mais 50 vigilantes da natureza, dos quais 20 entram já ao trabalho no próximo dia 04 de novembro.

No âmbito da prevenção estrutural das matas nacionais, o Governo vai alocar três milhões de euros para a rede primária de defesa contra incêndios, investimento que poderá ser "multiplicado" através de uma candidatura ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).

O reforço da resiliência do território nacional passará também pela implementação de "um projeto de voluntariado jovem para natureza e para as florestas", que no próximo ano deverá envolver 10 mil jovens, entre os 18 e os 30 anos, na sensibilização da comunidade para as questões da proteção da natureza.

A implementação de biorrefinarias e a continuação do desenvolvimento de centrais de biomassa por todo o país estão entre as medidas apresentadas hoje para valorizar a recolha de resíduos florestais.

O ministro da Economia, Caldeira Cabral, afirmou que o plano nacional para a implementação de biorrefinarias vai depender "essencialmente de fundos estruturais", considerando que ainda não é possível prever qual a verba necessária, e que o seu desenvolvimento será sujeito a concurso.

Também se prevê a manutenção da aposta no desenvolvimento das centrais de biomassa, que "poderão ter um investimento de cerca de 35 milhões de euros anuais, ao longo de vários anos".

EM ACTUALIZAÇÃO 

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

A fina flor(entulho) da nossa República


Henrique Granadeiro.   Ramalho Eanes condecorou-o com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo (1979).
José Sócrates. Recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique das mãos de Jorge Sampaio (2005).
Armando Vara.  Agraciado por Jorge Sampaio com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (2005).
Hélder Bataglia.   Feito comendador da Ordem do Infante D. Henrique por Cavaco Silva (2007).

Zeinal Bava.   Cavaco Silva atribuiu-lhe a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Empresarial (2014).

Cáritas preocupada...

Responsável atribui essa postura às suspeitas de descoordenação e as dúvidas levantadas sobre o destino dos fundos angariados em Junho, após o incêndio de Pedrógão Grande.
O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, está preocupado com a falta de mobilização dos portugueses face à mais recente tragédia dos incêndios em Portugal.
Ao contrário do que aconteceu em Junho, após o fogo de Pedrógão Grande, agora, depois dos incêndio na região centro e Norte de Portugal em que morreram 42 pessoas, não se tem assistido a nenhuma onde de solidariedade.
“Até ontem, não recebemos nenhum telefonema de alguém a perguntar ‘o que é que precisam de nós, em que é que posso ajudar’”, diz Eugénio da Fonseca, em declarações ao programa Carla Rocha – Manhã da Renascença.
Eugénio da Fonseca conclui que “há uma retracção” dos portugueses. “O nosso povo é geneticamente solidário e desta vez, quanto à Cáritas, isso não está acontecer”, refere.
Pergunta o comum dos mortais deste País que concorda inteiramente com o Presidente da Cáritas (CP)Portuguesa, mas não vai chegar-se à frente por isso mesmo...não sabe, nunca explicaram, para onde andam os donativos dados pelos Portugueses, Estrangeiros e Entidades e que até hoje nada se sabe a não ser que nada chegou às pessoas lesadas. Pois é Srº Presidente das CP há muitos mealheiros espalhados por esse mundo fora e muitos a encherem-se com o mal dos outros. 

Assalto a Tancos encenado? "Vontade de destruir Governo é muito forte"


O material de guerra roubado da base de Tancos tem aquecido, e de que maneira, o debate político logo no início do período de férias do primeiro-ministro. O assalto - cujo Chefe do Estado Maior do Exército, o general Rovisco Duarte,   terá já admitido a responsabilidade, levou à exoneração de cinco comandantes responsáveis. Sobre o caso, muito já foi dito e criticado, com o Exército a ficar mal na fotografia.
Porém, aquilo que até agora tem sido sempre considerado um assalto, pode afinal não o ser. É pelo menos essa a convicção do coronel Vasco Lourenço, para quem o suposto assalto a Tancos pode ter sido encenado e fazer parte de um plano político orquestrado para derrubar o Governo.
Por que razão considera que o assalto Tancos foi encenado?
Tudo aquilo que se conhece aponta para não tenha havido um assalto... não houve confronto, não houve violência. Não é credível que aquilo se tenha passado, por exemplo, como o Expresso contou em que só faltou pôr o vídeo da filmagem do assalto.
Aquela reconstituição, só para um indivíduo que não conheça nada... Das duas uma, ou o jornalista que fez aquele artigo tem ligação direta com os assaltantes e soube como as coisas se fizeram e contaram-lhe, ou então é invenção pura. De facto podemos estar perante uma simulação de assalto. Não há condições para que aquilo se tenha passado assim. Houve um furto do material ao longo dos tempos. Ao longo de quanto tempo? É a questão que levanto.
Além disso, qual é a razão para que se denunciasse isso numa altura destas? Uma das coisas que é preciso saber é se estava previsto haver alguma inspeção aos paióis que implicasse uma conferência de material. Se estava previsto fica clara a justificação do ser agora. Se não estava previsto, bom, há que perguntar quem é que espoletou isto, nesta altura.
A ser como eu acredito que tenha sido, é evidente que não tenho garantias que as ilações que estou a fazer sejam corretas - nada garante que esta hipótese que levanto corresponda àquilo que se passou, mas é a hipótese lógica de análise relativa à situação - é preciso saber quem provocou o acerto de cargas. Isto é, foi quem entretanto fez o furto durante algum tempo?
Há outra hipótese que começa a ser colocada, acontece muitas vezes, o material é consumido de forma normal, de forma lícita, em instrução, por exemplo. Mas consome-se nalgumas instruções mais material do que estava previsto, depois não se justifica logo, o material é antigo e não se vai dando importância a isso e mais tarde há-de resolver-se. Tudo aponta para que se trate de material que estava obsoleto, algum dele estava para ser 'abatido à carga', ser abatido e deixar de constar nos registos de existências.
É possível que se tenha passado assim. Se foi assim, a que nível de comando é que isso se passou? O comando máximo da unidade que controla isso, ou um elemento intermédio na linha de comando que é responsável pelo material e que de repente sente que tem de prestar contas e não tem condições para tal? São suposições que se podem fazer e que não são de todo inverosímeis.
Os militares não vão pedir ao poder político para ser ele a fazer a segurança das suas unidades e instalações

Em todo o caso, há responsabilidades militares no que se passou?

Com certeza. Há sempre alguma responsabilidade militar. E é evidente que, por muitas razões de queixa que efetivamente são legítimas, que as Forças Armadas (FA) tenham da tutela, do poder político que tem desinvestido, que não tem dado importância às FA que devia dar, o ato concreto em si tem de ser da responsabilidade da estrutura militar.
Os militares não vão pedir ao poder político para ser ele a fazer a segurança das suas unidades e instalações. Mas é evidente que é necessário que o poder político aproveite isto para ver que efetivamente tem tratado muito mal as Forças Armadas enquanto instituição que se justifica que fosse melhor tratada.
A vontade de destruir a solução que está a vigorar em Portugal é muito forte e tem forças internacionais envolvidas

A ter acontecido como acredita que tenha sido, tudo encenado para atingir o Governo, o ministro da Defesa é então um alvo fraco a abater?

Eu direi que o problema não é o ministro da Defesa mas sim o Governo. Sabemos também a capacidade que determinadas organizações e determinadas forças têm em criar incidentes deste tipo. Sabemos isso. Não me custa nada admitir que tenha sido uma organização mais sofisticada a organizar isto, a provocar esta situação. Há uma coisa que é inevitável, a vontade de destruir a solução que está a vigorar em Portugal é muito forte e tem forças internacionais envolvidas.
Pergunto-me como é que é um jornal de 'vão de escada' [El Español] que acaba por trazer a notícia da listagem completa do material desaparecido.

Espanholas?

Eu pergunto-me como é que é um jornal de 'vão de escada' [El Español] que acaba por trazer a notícia da listagem completa do material desaparecido. É esquisito, não é? É o mesmo jornal que também noticiou que os portugueses não tinham aceitado a oferta dos bombeiros espanhóis para nos auxiliar no fogo [de Pedrógão Grande]. Tudo isto nos obriga a pensar que pode haver aqui mãozinha de serviços de informação, etc., etc.
Tudo por motivos políticos?
Sim, sim. Inclusivamente a natureza do material não tem o mínimo interesse, ou tem muito pouco interesse, em termos de valor comercial. Acha que se justifica o risco que, apesar de tudo, um assalto daquela natureza provocaria por esse valor [34 mil euros]?
Se chegassem com esse material aos terroristas, eles riam-se.

Afasta então a hipótese de o material ter entrado no mercado negro e ter sido vendido a terroristas?

Se chegassem com esse material aos terroristas, eles riam-se. [Os terroristas] têm material muito mais sofisticado e possibilidades de o comprarem, porque não falta quem lho venda. Tudo isto é absolutamente ridículo na minha opinião.
Até que ponto saberemos a verdade sobre aquilo que aconteceu?
É uma boa questão que coloca, mas nós sabemos que muitas vezes estas coisas acabam por ficar, não diria no tinteiro, mas... De facto, sabemos que muitas vezes não chega a averiguações. Vamos ver. Tenhamos confiança que se saiba e que não seja só daqui a uma quantidade de anos grande e que sejam abertos determinados arquivos se possa saber o que é que se passou.
Considero que o ministro nunca devia ter lá chegado, mas isso não significa que seja agora por isto que vá ser demitido.

O ministro da Defesa devia pedir a demissão como tantos têm pedido, sobretudo o CDS?
Não, por esta razão não. Como também não vejo razão que justifique demissão da ministra da Administração Interna por causa dos incêndios. Qualquer dia estão a acusar o Governo de ter sido ele a fazer os incêndios.
Vejo razão pelos procedimentos que tem havido nos últimos tempos nas Forças Armadas, sou extremamente crítico em relação a tudo isso. É evidente que considero que o ministro já não devia lá estar há muito tempo, ou melhor, nunca devia ter lá chegado, mas isso não significa que seja agora por isto que deva ser demitido. A acontecer estaríamos a dar razão, dentro da minha teoria, aos que estão a procurar destruir o Governo.