"A conversa era normalmente sobre política. Bomba aqui, bomba acolá. Discutia-se: "vamos pôr uma bomba aqui.'"
O livro "Quando Portugal Ardeu", de Miguel Carvalho conta a história da rede bombista de extrema-direita e dos "exércitos" avulsos da contrarrevolução que, entre maio de 1975 e abril de 1977, contando com apoios políticos, militares, religiosos e internacionais ao mais alto nível, foram responsáveis por 566 ações violentas no país, uma média de 24 actos por mês, causando mais de uma dezena de mortos.
Em agosto de 1976, na sequência de uma operação coordenada pela Polícia Judiciária e PJ Militar, foram detidos vários elementos relacionados com a rede bombista de extrema-direita, entre eles estavam Ramiro Moreira e Teixeira Gomes, cujos depoimentos trazemos aqui em primeira mão:
Quem foram as primeiras vítimas mortais da democracia? Por que razão foram assassinados Padre Max, Rosinda Teixeira e Joaquim Ferreira Torres? Quem protegia e que segredos escondia a rede bombista de extrema-direita? Como enfrentou o cônsul dos EUA no Porto o PREC? O que relatam os diários do norueguês baleado no Verão Quente de 1975? Como é que a Igreja mobilizou e abençoou a luta contra o comunismo? O que sabia a PJ sobre o terrorismo político e tudo o que nunca chegou a julgamento? Com recurso a centenas de documentos, entrevistas e testemunhos inéditos, esta investigação jornalística traz à luz do dia histórias secretas ou esquecidas do pós-25 de Abril. Quando Portugal ardeu e esteve à beira da guerra civil.
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