quarta-feira, 14 de junho de 2017

A multiplicação dos Euros - Só para alguns...

Na última sexta-feira, a Polícia Judiciária fez buscas em vários pontos do país como Viana do Castelo, Lisboa, Porto, Aveiro e Torres Vedras. As autoridades estiveram no Ministério da Defesa, nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo e na Mistic Cruises, uma empresa de Mário Ferreira, dono da Douro Azul. Os investigadores querem saber pormenores sobre as transações comerciais que envolveram o navio Atlântida nos últimos anos. Em causa está a eventual prática dos crimes de administração danosa, corrupção e participação económica em negócio.
Em 2014, o navio foi comprado por Mário Ferreira por 8,75 milhões de euros aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, valor considerado demasiado baixo para as autoridades que coordenam o caso. Ao Expresso, o dono da Douro Azul confirmou que os inspetores levaram documentação sobre a compra do navio em 2014. E diz não ter nada a esconder.
Segundo Mário Ferreira, dois meses depois da compra aos estaleiros, os responsáveis da Mistic Cruises aperceberam-se de que o navio não tinha os requisitos necessários para realizar cruzeiros na Amazónia, como estava inicialmente previsto. A partir de então, houve “um trabalho de transformação do navio” para poder vir a ter um valor comercial de mercado, em que participaram vários técnicos estrangeiros. Depois de 24 certificados internacionais, o negócio com os noruegueses teve luz verde. A embarcação seria vendida, oito meses depois, por 17 milhões a uma empresa da Noruega, valor que o empresário não confirma. “Não confirmo o valor da venda nem o modelo como foi vendido.”
Conheça este caso que arrepia qualquer português que preza o seu país e os seus impostos.
O ferry Atlantida, está condenado desde o inicio, a rumar em direcção à destruição de impostos e por isso não pode passar indiferente aos contribuintes. Uma batalha naval que afundou milhões de euros dos portugueses e continua a afundar, pois estamos a pagar o aluguer dos navios de substituição.
Estará o dinheiro do estado condenado a ser gerido pelas pessoas mais incompetentes e desonestas do país! Os contribuintes e o estado saem sempre a perder? Como é possível continuar a fingir que estes casos não são crimes contra o país? São já tantos os casos em que o estado vende património por uma bagatela e o comprador privado, logo a seguir vende pelo dobro ou triplo... e ninguém é acusado? Suspeito? Investigado? Questionado?

Resumindo a tragédia.
Tudo isto foi tratado no momento em que os dois governos, da República e dos Açores, eram chefiados pelos socialistas, Sócrates e Carlos César, respectivamente.
-Os estaleiros de Viana do Castelo receberam uma encomenda da Atlânticoline, empresa controlada pelo Governo Regional dos Açores, para fabricar um ferry de transporte de passageiros, para os Açores.-A meio do projecto os Açores exigiram mudanças que tornaram o navio mais pesado.-Na altura da entrega do navio, os Açores recusam-no alegando que a velocidade tinha 1 nó a menos?-Testes provam que o navio cumpria a velocidade pedida, e os Estaleiros alegam que a pouca diferença na velocidade que pudesse existir, se devia ás alterações exigidas pelo cliente que aumentaram o peso do ferry.

- Em 2009 o navio estava avaliado em mais de 40 milhões de euros, mas não tinha dono.
- Entretanto, o presidente da Atlânticoline, Carlos Reis, após cancelar o contrato com a ENVC, opta por fechar um contrato por ajuste directo, com uma empresa estrangeira, fretando 2 navios por por 2 anos, por mais de 20 milhões de euros. (Que conveniente, recorrer a ajustes directos, famosos pela sua falta de transparência e de concorrência, ganha quem der mais luvas?)
- Regressando ao luxuoso ferry Atlantida que todos pagamos, acabou abandonado desde 2009 até 2014, à espera de comprador, um navio que custara perto de 50 milhões, estava agora avaliado e à venda no mercado internacional, por 29 milhões, mas ao que parece ninguém o queria comprar... e continuava a desvalorizar.
As despesas para o contribuinte, estavam sempre a somar:
-50 milhões o custo do ferry,
-21 milhões do aluguer dos substitutos,
-531 mil de juros trimestrais à banca, desde 2009
-9 mil para um parecer,
-400 mil manutenção... etc, etc.


-Finalmente foi vendido por 8,7 milhões em set de 2014... pobres contribuintes que tudo ignoram, acabaram assim por perder 40 milhões de euros num piscar de olhos e sem qualquer vergonha ou responsabilidade, por parte governantes envolvidos.
- A frágil saúde dos ENVC não mais recuperou do gigantesco prejuízo, após investir milhões de euros e anos de trabalho, ficou apenas com despesas de juros, manutenção e jurídicas. Para agravar, havia um segundo navio encomendado, o "Anticiclone", que estava já a ser construído e também ficou cancelado.
O ministro da Defesa, entregou à PGR um dossiê sobre o assunto, considerando tratar-se de um processo «esquizofrénico» que contribuiu para a situação «calamitosa» dos ENVC. Pode estar em causa o crime de participação econômica em negócio por dirigente do Estado (desbaratar o patrimônio ou bem público).
- Mas para surpresa das surpresas a viagem tempestuosa do Ferry não fica por aqui, a Douro Azul, de Mário Ferreira que tinha comprado o navio por uma pechincha, 8,7 milhões, em set de 2014, vendeu-o aos noruegueses, este mês, maio de 2015, por 17 milhões??
O problema não é o srº Mário Ferreira saber negociar muito bem, o problema são os nossos representantes negociarem tão mal. Qual a razão? Era o que os portugueses gostavam de saber. Gestão danosa? Má gestão? Incompetência? Incompetência não deve ser, porque estes personagens da politica que tomam medidas ruinosas para o estado, são gananciosamente disputados e procurados para trabalhar em empresas privadas e de sucesso. Aliás como são poucos para as encomendas, cada um deles, desempenha cargos em 2, 3 , 6 ou mais empresas, em simultâneo.


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